Foto: Catavento Cultural e Educacional (SP)

Catavento Cultural e Educacional, em São Paulo.Os espaços de ciência são estratégicos para a promoção de atividades educativas e de divulgação. Locais criados para o desenvolvimento de pesquisas e estudos nas mais diversas áreas, os museus de humanidades e de ciência e tecnologia, planetários, jardins botâncios, zôológicos e aquários têm incorporado, em sua agenda, programas educativos e de visitação que estão colaborando para a melhoria dos indicadores sobre a percepção pública da ciência no Brasil.

Aliar a prática científica com a a divulgação de seus resultados, de forma acolhedora e mais abrangente, parece ser o grande desafio dos espaços de ciência. Esse problema está presente em todos os textos apresentados neste número da Coletiva. Mas os artigos de nossos colaboradores e as reportagens que produzimos não mostram apenas isso. Há também a necessidade de investimentos nesses locais, que são distribuídos de forma desigual no país.

Ao tratar dessas questões, a Coletiva faz eco dos resultados da pesquisa “Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil”, realizada em 2010 e promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A pesquisa mostra que os brasileiros frequentam muito pouco os museus ou centros de ciência e tecnologia. Para chegarmos a esses locais, organizando este número, percorremos as rotas do Guia de Centros e Museus de Ciência do Brasil, produzido pela Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) em 2009.

Jardins botânicos, planetários, museus de humanidades e a interatividade dos espaços de ciência são os temas de nossas reportagens. Entre os artigos, destacamos um, devido ao seu valor histórico. Escrito por Gilberto Freyre em 1960, o artigo trata da importância científica do Museu de Antropologia do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas, que hoje integra o Museu do Homem do Nordeste da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Também apresentamos o texto do presidente da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB) Luiz Antonio da Silva Pires, tratando da importância dos zoológicos para a preservação de determinadas espécies em extinção no Brasil. Para completar nossa lista de colaboradores, estão Luisa Massarani e Luís Amorim, que traçam um panorama dos espaços de ciência no Brasil, e Tiago Zaidan, destacando o Espaço Ciência localizado em Recife (PE).

Marcus Grantato, coordenador de Museologia do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), é o nosso entrevistado. Ele defende a criação de iniciativas para a preservação do patrimônio histórico de ciência e tecnologia no Brasil. Granato nos fala dos objetivos e dos resultados obtidos num projeto que desenvolve com essa finalidade.

Em nosso especial, nos rendemos a uma forma que se tornou clássica para a divulgação científica, atraindo a atenção de leitores e futuros pesquisadores para a astronomia, biologia, física e química: imagens microscópicas e telescópicas. De perto e de longe, brincando com essas duas perspectivas, a Coletiva divulga as imagens produzidas pelo Laboratório de Filmes Finos da Universidade de São Paulo (LLF-USP), e a beleza do espaço sideral capatada pelos astrônomos amadores Marcos Mataratzis e Vivek Hira.

Editores temáticos: Isaltina Gomes e Alexandre Zarias | Editores: Alexandre Zarias, Allan Monteiro e Pedro Silveira | Capa: Catavento Cultural e Educacional – SP | Especial: Marcos Mataratzis e Vivek Hira, Laboratório de Filmes Finos (USP) | Entrevista: Marcus Granato | Reportagens:  Ana Laura Farias, Anna Marques, Camila Almeida, Júlia Arraes e Lorena Aquino | Artigos: Gilberto Freyre, Luiz Pires, Luiza Massarani, Luís Amorim e Tiago Zaidan | Colaboração: Felipe Resk.